O amor do Sol e da Lua
Antes do mundo ser mundo, o Sol e a Lua viviam
sempre juntos, apaixonados.
Um dia, Deus resolveu criar a Terra, mas logo percebeu que esta não
sobreviveria ao amor do Sol e da Lua - os momentos de paixão entre os dois
incendiariam o mundo.
Assim, Deus dirigiu-se a eles e pediu-lhes que se afastassem para
que a humanidade pudesse sobreviver.
O Sol e a Lua ficaram desesperados, mas o seu amor pela humanidade também era
grande e eles aceitaram o sacrifício.
Deus concedeu, então, ao Sol o Reino do Dia e à Lua, o Reino da Noite.
O Sol, apesar de triste, era forte e conseguia estar sempre a brilhar.
A Lua não. Havia momentos em que ela brilhava, noutros a saudade sufocava-a e
ela ficava pequenina, pequenina e sem brilho.
O Sol, não suportando o sofrimento da sua amada, foi ter com Deus e
disse-lhe:
- A Lua está a sofrer muito. Ela não consegue suportar a saudade sozinha. Não
podes ajudá-la?
E Deus, então, criou as estrelas para que, nas noites mais tristes, fizessem
companhia à Lua.
Mas mesmo assim, a Lua continuou a chorar pelo amor perdido e Deus, compadecido
com tanto sofrimento, criou também os eclipses.
Nesses breves momentos, o Sol e a Lua encontram-se e vivem a sua paixão.
in, Sete
Lendas do Sol e da Lua / Las siete Leyendas del Sol e de la Luna, Ana
Mafalda Damião
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