quinta-feira, 6 de maio de 2021

Como fazer um Haiku

 



Exemplos de Haikus

Amar é um elo                                                           E um vaga-lume

entre o azul                                                                lanterneiro que riscou

e o amarelo                                                                um psiu de luz

 

                                                                                              Guimarães Rosa

A vocês , eu deixo o sono.

O sonho, não !

Este eu mesmo carrego !

 

             Paulo Leminski

 

A estrela cadente                                                     Tão longa a jornada!

me caiu ainda quente                                               E  a gente cai, de repente,

na palma da mão                                                      No abismo do nada.

           

             Paulo Leminski                                                             Antologia poética de Curitiba

 

Infância                                                                                        

 

Um gosto de amora

Comida com sol. A vida

chamava-se “Agora”.

 

 Todo o Haiku ( Haicai), pequena poesia de origem japonesa, tem apenas três versos e dezassete sílabas poéticas, normalmente divididos assim: o primeiro e o terceiro versos com cinco sílabas métricas e o segundo, com sete. Mas há Haikus livres, que apenas mantêm sua principal característica : ter três versos.

 

 

De que árvore em flor

chega? Não sei

-mas que perfume !

Como fazer um Haiku?

Regra nº 1 – As quatro estações do ano

Regra nº 2 – Reflete o teu mundo e o teu coração

Regra nº 3 – Capta um momento

                                                                            

                                                                                   Cristina Martins ( semana da Leitura)

                                                                               

Um Haiku para qualquer ocasião

- libertação de emoções

 

-homenagem à natureza

 

-evocação de algo que importa

 

-nostalgia que vai e volta

 

-revelação do mundo interior

 

-celebração da beleza do mundo

 

-estímulo de criação

 

-momento de distração

 Inicialmente, estas composições apontavam para as quatro estações , remontam ao séc. XVII e uma das figuras primordiais neste tipo de poesia  simples, que nos leva a estar atentos aos que nos rodeia, foi Bashô.

 

“As cigarras cantam

sem saberem que é a morte

que as escuta”

 

A montanha escurece,

assumindo uma magnífica cor púrpura

nas folhas das árvores quando chega o outono.

 

Ia eu às cerejeiras em flor,

dormia em baixo delas,

era esse o meu passatempo.

 

A planície está nublada

E as águas mantêm silêncio.

É o entardecer.

 

Linha de pássaros em voo

Atrás da colina

a lua está

 

Pousada

sobre o sino do tempo

cochila uma mariposa

 

Montanha imenso mar de pedra

navego na rudeza

da tua imponência

                         Norma do Vale

 

Frio no peito

Dor que pernoita

e não me abandona

                         Norma do Vale

 

Quando observo um avião

Imagino-me nas suas asas

Desafiando a imensidão

                        Norma do Vale

 

 A tempestade lá fora

Eu cá dentro

Protegida até de mim mesma

                        Norma do Vale

 

 Manta nos joelhos

Gatos em meu colo

Aconchego da Alma

                        Norma do Vale

 

Sinto a brisa no rosto

As folhas esvoaçam pelo chão

Estamos à tua espera, Outono.

                        Norma do Vale

 

Do meu piano vê-se o mar

Meus dedos deslizam pelo teclado

Mas meus pés tocam já a água fresca e cristalina.

                          Norma do Vale


Este lindo pôr do sol

amarelo, laranja , rosa

Meu coração rejubila

              Norma do Vale

 

Os pássaros estão felizes

com o regresso da Primavera

e eu estou feliz também

             Norma do Vale

 

A rádio passa uma música

de verões passados

transportando-me para lá…

             Norma do Vale

 

As vagas de calor desse verão que não volta

incendeia-me o corpo

e a nostalgia revisita-me.

              Norma do Vale

 

Desço as escadas do metro

O Inverno não chegou ainda

Mas o frio entrou já no coração dos homens.

              Norma do Vale

 

Mar de chumbo

que me pesa na alma

e me congela a vontade

              Norma do Vale

 

 


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