Exemplos de Haikus
Amar é um elo
E um vaga-lume
entre o azul
lanterneiro que riscou
e o amarelo um psiu de luz
Guimarães Rosa
A vocês , eu deixo o sono.
O sonho, não !
Este eu mesmo carrego !
Paulo Leminski
A estrela cadente
Tão longa a jornada!
me caiu ainda quente
E a gente cai, de repente,
na palma da mão
No abismo do nada.
Paulo Leminski
Antologia poética de Curitiba
Infância
Um gosto de amora
Comida com sol. A vida
chamava-se “Agora”.
De que árvore em flor
chega? Não sei
-mas que perfume !
Como fazer um Haiku?
Regra nº 1 – As quatro estações do ano
Regra nº 2 – Reflete o teu mundo e o teu coração
Regra nº 3 – Capta um momento
Cristina Martins ( semana da Leitura)
Um Haiku para qualquer ocasião
- libertação de emoções
-homenagem à natureza
-evocação de algo que importa
-nostalgia que vai e volta
-revelação do mundo interior
-celebração da beleza do mundo
-estímulo de criação
-momento de distração
“As cigarras cantam
sem saberem que é a morte
que as escuta”
A montanha escurece,
assumindo uma magnífica cor púrpura
nas folhas das árvores quando chega o
outono.
Ia eu às cerejeiras em flor,
dormia em baixo delas,
era esse o meu passatempo.
A planície está nublada
E as águas mantêm silêncio.
É o entardecer.
Linha de pássaros em voo
Atrás da colina
a lua está
Pousada
sobre o sino do tempo
cochila uma mariposa
Montanha imenso mar de pedra
navego na rudeza
da tua imponência
Norma do Vale
Frio no peito
Dor que pernoita
e não me abandona
Norma do Vale
Quando observo um avião
Imagino-me nas suas asas
Desafiando a imensidão
Norma do Vale
Eu cá dentro
Protegida até de mim mesma
Norma do Vale
Gatos em meu colo
Aconchego da Alma
Norma do Vale
Sinto a brisa no rosto
As folhas esvoaçam pelo chão
Estamos à tua espera, Outono.
Norma do Vale
Do meu piano vê-se o mar
Meus dedos deslizam pelo teclado
Mas meus pés tocam já a água fresca e cristalina.
Norma do Vale
Este lindo pôr do sol
amarelo, laranja , rosa
Meu coração rejubila
Norma do Vale
Os pássaros estão felizes
com o regresso da Primavera
e eu estou feliz também
Norma do Vale
A rádio passa uma música
de verões passados
transportando-me para lá…
Norma do Vale
As vagas de calor desse verão que não volta
incendeia-me o corpo
e a nostalgia revisita-me.
Norma do Vale
Desço as escadas do metro
O Inverno não chegou ainda
Mas o frio entrou já no coração dos homens.
Norma do Vale
Mar de chumbo
que me pesa na alma
e me congela a vontade
Norma do Vale
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