Para comemorar o Dia da Poesia, a equipa da Biblioteca aproveita para homenagear os jovens soldados que são atirados para a linha da frente em mais uma guerra inútil e sem sentido...
O Soldadinho na ponte
na fronte a aparente coragem
perante a dor de não saber
como se encontra o pai
como se sente a mãe
os progenitores na cidade ocupada
na sua terra que outro quer usurpada
porque sonha em ser Czar...
O Soldadinho na ponte
do céu avista-se
um pontinho caminhante
ucraniano expectante
com medo de sucumbir
ao horror da guerra
embora digno e pronto
na defesa da Pátria
contra o pária o ofensor
o vilão o ditador
o louco o irracional
o demente o anormal
que nada mais enxerga
que o poder imperial
O Soldadinho na ponte
sozinho , vigilante
de olhar distante
nesse vazio que o conflito bélico lhe provocou
nessa revolta que não pode calar
na lágrima que não consegue evitar.
O jovem mancebo
amadureceu à força
e o mundo vil e cruel
o seu límpido olhar
de súbito endureceu
Aguenta-te, Soldadinho !!
Norma do Vale
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